Ontem aconteceu a nossa segunda sessão clínica de 2022, no Hospital e Clínica São Roque, sobre abordagem clínica das neoplasias colorretais – apresentação de caso clínico, com o oncologista Dr. Bruno Protásio (CRM-BA 21.204) e o gastroenterologista Dr. Marcelo Costa Silva (CRM-BA 8725), juntamente com a participação de toda a equipe de médicos e profissionais de saúde da unidade.
Em comemoração ao mês de prevenção do câncer colorretal (CCR), foi discutido na sessão os aspectos clínicos e epidemiológicos referentes ao CCR.
Dados mundiais do GLOBOCAN e nacionais do INCA de 2020 apontaram para o CCR como um problema de saúde pública, figurando do Top3 de incidência dentre todos os cânceres. O contraste de tendência temporal existente no Brasil demonstra uma tendência de aumento da incidência de CCR, quando comparado com dados dos USA que demonstram uma tendência consistente de queda da incidência de CCR desde a década de 80.
Os principais fatores de risco associados ao CCR são: obesidade, sedentarismo, “dieta ocidental” com excesso de carne vermelha e alimentos processados, uso abusivo de álcool, diabetes melittus tipo2, história de pólipos intestinais, doença inflamatória intestinal, além das síndromes genéticas de câncer hereditários – particularmente as síndromes de polipose adenomatosa familiar e a Sd de Lynch.
Há uma preocupação mundial que é o aumento da incidência de casos de CCR em pacientes mais jovens (com idade <50 anos), também chamado de CCR precoce. Esta entidade colaborou para a mudança no screening do CCR ocorrida de 2021. Em maio de 2021, a força tarefa preventiva americana (USPSTF) passou a recomendar, para adultos de risco médio, que o screening para CCR fosse iniciado aos 45 anos.
Além disso, também foi abordado na sessão os aspectos referentes a indicação da 2ª colonoscopia de screening (com quanto tempo se deve realizá-la) e os aspectos das bases do tratamento do CCR, com destaque para os critérios mais aceitos para tratamento endoscópico de lesões malignas iniciais ressecadas por colonoscopia (os chamados pólipos malignos).